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quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Quais os principais fatores para o Gado ganhar peso a pasto?


Para quem compra e vende commodities, como é o caso de muitos pecuaristas e agricultores no Brasil, a produtividade é a chave para o sucesso.
Com espaço de manobra reduzido nas atividades de compra e venda, resta ao empresário fazer o “dever de casa” bem feito. Na pecuária de corte a pasto, a produtividade está relacionada a diversos aspectos que impactam diretamente no ganho de peso dos animais.

A arroba mais barata é ganha a pasto!



Um dos principais indicadores produtivos que faz com que a recria/engorda a pasto seja lucrativa é o ganho de peso. Resumidamente, quanto mais peso os animais ganham diariamente, mais rápido eles atingem o peso de abate ou peso para entrada em confinamento, em sistemas voltados exclusivamente para a recria. Isso permite girar o estoque em um espaço menor de tempo, o que aumenta as receitas anuais – devido ao maior volume – e reduz o tempo de permanecia do animal na fazenda, reduzindo assim, seu custo final.
Por exemplo, se um animal gera gastos (custeio) de R$ 25,00/mês e permanece 10 meses na fazenda, seu gasto total é de R$ 250,00. Caso este mesmo animal permaneça 15 meses, seu gasto total passa a ser de R$ 375,00. Como o valor recebido pela @ não é acrescido pelo tempo de permanência, a margem do animal que permanece mais tempo na fazenda é menor.
Por isso o ganho de peso do rebanho é tão importante. Os animais no Brasil tem potencial genético para ganhar até 12@ cab/ano. No entanto, as adversidades de ambiente fazem com que estes ganhos sejam muito menores. Diagnósticos realizados em fazendas em diversos estados no Brasil, tem-se observado ganhos de peso em média de 4@ cab/ano. Isso quer dizer que 1 animal desmamado com 180 quilos, demora cerca de 2,4 anos para atingir o peso mínimo ideal de abate. Caso desempenhasse todo seu potencial genético, esse tempo seria reduzido para 0,9 anos!

Carga/Suporte Fazenda
A fazenda deve ser tratada como uma lavoura de capim. Para que as plantas consigam se desenvolver, é essencial que se respeite 3 aspectos:
  • A necessidade de reposição de nutrientes do solo;
  • A necessidade de crescimento da planta;
  • Por último, o que o animal irá consumir.

Por exemplo, em uma fazenda do Brasil Central, com boa fertilidade natural de solo e com período de chuvas bem delineado de outubro a março, uma pastagem pode produzir até 9.000kg de matéria seca por hectare por ano.

Para manter o solo, precisamos deixar aproximadamente cerca de 2.000 kg/ms por ano como cobertura morta e para a planta produzir adequadamente no próximo ano, precisamos de mais 2.500 kg/ms como resíduo da touceira no final da seca – conforme abordado em nosso artigo 6 Pontos Para Se Implantar Um Sistema De Manejo De Desponte / Repasse E Alavancar Os Resultados Da Fazenda.
Desta forma, sobra para o animal cerca de 4.500 kg/ms/ha/ano para ser consumido durante todo o ano. Se um animal de peso médio de 400 kg consome em média 2,5% do peso vivo por dia, seu consumo será de 10 kg/dia. Para calcular a capacidade de suporte desta fazenda por ano (em quilos de peso vivo por hectare), basta dividir a massa de forragem disponível para os animais no ano (4500kg/ms) pelo consumo anual de um animal (peso médio * 2,5% * nº de dias de consumo no pasto).

Carga/Suporte
É essencial que a carga suporte não seja a média da fazenda. Por exemplo, se tivermos 10 pastos, com 5 acima da carga aceitável e 5 abaixo e na média a fazenda estiver dentro da carga ideal, o desenvolvimento das pastagens fica comprometido. É preciso ter o controle de carga / suporte pasto a pasto. É evidente que esta conta serve apenas como um direcionamento. Por isso é muito importante que a equipe da fazenda esteja muito bem treinada em manejo de pastagens, principalmente nas alturas de entrada e saída de gado e com o “olho treinado”, para avaliar, pela aparência da forragem, o suporte de cada pasto.

Constância de Produto no Cocho

É de conhecimento de todos que as pastagens brasileiras têm deficiências de uma série de nutrientes que são fundamentais para garantir o ganho de peso. Por isso, a suplementação, apesar de corresponder a apenas cerca de 1% do total médio anual de alimentos ingeridos pelo animal, é fator chave para o sucesso. Como este 1% tem o potencial de balancear os 99% provenientes da pastagem, a ADEQUAÇÃO do suplemento é fundamental para que o rebanho possa expressar todo o potencial de ganho, dentro das condições das pastagens oferecidas. Além disso, a disponibilidade de produto no cocho para os animais, deve ser constante.

Entreveros
Entreveros ocorrem todas as vezes em que um ou mais animais invadem lotes distintos ao seu de origem. Isso acontece em grande maioria, devido a falta de manutenção ou má qualidade das cercas divisórias. Essa mistura entre animais que não possuem o costume de estar juntos, causa um abalo na estrutura de poder do grupo, podendo incorrer em brigas e “montação” (sodomia). Agitados, os animais consomem energia e consequentemente reduzem o ganho de peso.

Tamanho do Lote
Em todos os grupos, existem hierarquias definidas, inclusive em um lote de animais dentro de um pasto. Normalmente, eles seguem a curva de distribuição normal, onde 20% são mais fortes, 70% são normais e 10% são mais fracos. Caso o lote tenha 100 animais, serão 10 animais fracos e que normalmente irão comer e beber em piores condições. Caso o lote tenha 50, serão 5 e caso tenha 20 serão 2. Ou seja, a redução do lote implica na redução do número de animais fracos dentro do mesmo grupo, fazendo com que haja mais homogeneidade de ganho de peso em toda a fazenda. Respeitado os tamanhos de lotes por categoria, minimizam-se as disputas e um lote harmônico expressa melhor seu potencial de ganho.
Outro ponto que é influenciado pelo tamanho dos lotes é que lotes grandes exigem áreas grandes. Em áreas grandes, o consumo ocorre próximo a área de cocho e pode haver grande heterogeneidade de consumo de capim dentro do pasto, com super consumo perto do malhadouro e sub consumo em áreas mais afastadas.

Sanidade
Não deixar acontecer em sua propriedade Não podemos ter sócios indesejáveis dentro do nosso negócio. A presença de vermes e parasitas nos animais consomem seus nutrientes e energia, fazendo com que o ganho de peso fique comprometido. Por isso é importante ter, por exemplo, um planejamento sanitário bem definido e estruturas de fossas cercadas e bem localizadas para descarte de ossadas, evitando o desenvolvimento de botulismo pelo consumo dessas ossadas pelos animais e a contaminação das aguadas.
Qualidade da água é fator fundamental para o desempenho do rebanho.  A água é um recurso natural fundamental para a produção de bovinos de corte e de leite e por isso, deve estar disponível em quantidade e qualidade, o que exige manejo adequado, tanto para dessedentação dos animais como na higienização das instalações e na retirada dos dejetos.

Fonte: https://www.comprerural.com/

domingo, 26 de janeiro de 2020

Quais as diferenças entre o plantio por Semeadura e por Mudas?

As pastagens, como são utilizadas para a alimentação animal devem ter algumas características primordiais como:
  • Alto valor nutricional;
  • Qualidade de seleção;
  • Alta produtividade (por área plantada).
Dessa forma, ela deve ser encarada como qualquer outro tipo de cultura, requerendo o manejo adequado para o seu pleno desenvolvimento.
Independente o tipo de forrageira, muitos preferem os meses de novembro e janeiro para plantá-la, já que abrange um índice de chuvas mais regulares, além de menor gasto com sementes.
Se o plantio for por meio de semeadura, deve-se acrescentar nutrientes ao solo, pois isso influencia na qualidade da forrageira a ser produzida. O mesmo deve ser feito se o plantio for feito por meio de mudas, salvo algumas diferenças que veremos a seguir.
Plantio por semeadura:
Antes de proceder ao plantio por semeadura, o solo deve ser preparado por meio do acréscimo de nutrientes. Em seguida, deve-se fazer o nivelamento do solo. Isso é feito com a grade niveladora, pois esta torna a superfície do solo o mais nivelada possível.
Esse nivelamento, antes de semear a espécie de forrageira escolhida, faz com que as sementes sejam plantadas de forma uniforme e no mesmo nível. Dessa forma, a forrageira irá se desenvolver por igual, o que facilita o manejo da pastagem.
Assim que as sementes são lançadas nas covas, ou seja, plantadas, deve-se proceder à compactação do solo, por meio do rolo compactador, para que as sementes entrem em contato com o solo de forma harmônica, tornando a germinação da forrageira mais rápida. Além disso, ao compactar o solo, as sementes menores não serão levadas pela chuva.
Plantio por mudas:
As espécies de forrageiras que darão origem às mudas são reproduzidas por rebrota ou por gemas vegetativas, extraídas das hastes da planta, do seu rizoma ou ainda dos estolões.
Como geralmente o seu crescimento ocorre paralelo ao chão, o terreno pode ser montanhoso, sem que haja qualquer problema quanto ao desenvolvimento da pastagem. Isso porque não haverá perigo de erosão. Da mesma forma, as mudas crescem muito bem em solo médio, argiloso ou arenoso, devido à sua fácil adaptabilidade.
Entretanto, alguns cuidados devem ser tomados como: plantar as mudas em locais com alta incidência solar, em solo com boa drenagem e rico em nutrientes. Assim, a forrageira terá o seu pleno desenvolvimento, o que, consequentemente, aumentará a qualidade da pastagem a ser formada.
 Fonte: https://agrosb.com.br/

quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

Qual a diferença entre Bode e Carneiro?

O bode e o carneiro e suas respectivas fêmeas são animais herbívoros, ruminantes e que foram domesticados e criados pelo homem, sendo economicamente importantes no mundo todo como fontes de pele, carne e laticínios. O carneiro e a ovelha pertencem à mesma espécie, sendo o carneiro o macho e a ovelha a fêmea. Já a cabra é fêmea da mesma espécie do bode.



O Bode e a Cabra (Caprinos)
A cabra é um mamífero com hábitos herbívoros, pertencente ao gênero Capra, dentro da família Bovidae, que inclui animais silvestres, como antílopes, e também domesticados como boi e ovelha. A espécie é originalmente nativa de regiões da Ásia, África e Europa e foi domesticada por civilizações antigas para obtenção de leite e pele sendo um dos primeiros animais a serem domesticados, no Oriente Médio e, desde a domesticação, as cabras foram espalhadas por todo o mundo por seres humanos. A cabra doméstica é um dos menores ruminantes que foram domesticados pelo homem e é considerada uma subespécie. Três espécies silvestres do gênero Capra estão intimamente relacionadas com a atual cabra doméstica (C. hircus) que são o bezoar (C. aegagrus), o markhor (C. falconeri) e o íbex (C. ibex). A cabra doméstica provavelmente descende do bezoar, que é nativo da Ásia Central. Devido a sua longa história de domesticação, existem muitas raças diferentes da cabra doméstica, com atributos diferentes. Os rebanhos de cabra fornecem couro, carne e leite.
As cabras são ruminantes e comem gramas, ervas e arbustos. Necessitam, portanto, de um habitat com grama, podendo sobreviver em depósitos finos de grama, de forma que são incapazes de habitar desertos e habitats aquáticos. O habitat natural das espécies selvagens são regiões montanhosas escarpadas, penhascos rochosos e prados alpinos nas zonas temperadas. A cabra doméstica foi criada em quase todos os habitats e, apesar da necessidade de grama para pastagem, a espécie pode ser mantida em lotes secos, desde que sejam constantemente alimentadas por seres humanos. Como espécie domesticada, a cabra é muito suscetível à predação e, portanto, é melhor que seja deixada em áreas cercadas.
A cabra é um animal sexualmente dimórfico: os machos possuem chifres maiores, barba comprida, um odor rançoso e geralmente são maiores que as fêmeas. Esse odor característico provém de glândulas sexuais. Ambos os sexos possuem chifres, que são ocos e crescem em forma de espiral, como um saca-rolhas, ou curvos.  O pelo é geralmente liso, mas algumas raças têm um subpêlo de lã, podendo ser comprido ou curto, macio ou áspero. A coloração da pelagem varia, podendo ser preta, branca, vermelha, marrom, podendo incluir padrões de cores com cores sólidas, manchas, listras, tons misturados e listras faciais.
O Carneiro e a Ovelha (Ovinos)
A ovelha, Ovis aries, assim como a cabra, também é um mamífero com hábitos herbívoros, pertencente à família Bovidae, subfamília Caprinae. Acredita-se que a espécie tenha se originado na Europa e, enquanto os humanos domesticavam as ovelhas, populações selvagens ainda existiam e existem. As ovelhas domésticas são encontradas em todo o mundo em associação com seres humanos, mas primeiras ovelhas domesticadas residiam principalmente no Oriente Médio e na Ásia Central e, desde então foram introduzidas em todos os lugares. É um animal com grande importância econômica, sendo uma das espécies economicamente mais significativas do planeta. Desde a sua domesticação, cerca de 10000 anos atrás, as ovelhas têm sido uma fonte de carne, couro, lã e laticínios em quase todos os países. A espécie é criada normalmente em rebanhos e a versatilidade da espécie contribui para o seu significado econômico, pois grandes rebanhos podem ser mantidos em muitos ambientes a custos relativamente baixos. Além disso, por causa de seu tamanho e baixo custo de criação e manutenção, as ovelhas constituem um modelo ideal para pesquisas científicas. As ovelhas e carneiros possuem predadores, como raposas e lobos, que geralmente causam danos econômicos às criações.
Atualmente existem mais de 200 raças de ovelhas que diferem entre si em suas características físicas. Apresentam um moderado dimorfismo sexual, sendo as fêmeas menores que os machos em um quarto a um terço da altura. Apresentam focinho estreito coberto com pêlos curtos. O gênero Ovis é caracterizado pela presença de glândulas localizadas na região da virilha e entre os dois dedos principais do pé que secretam uma substância clara responsável pelo seu odor característico. As ovelhas possuem a pele revestida por folículos pilosos produtores de fibras de lã, uma pelagem ondulada com coloração variando de branco leitoso a marrom escuro e preto. Podem possuir chifres espirais.
A espécie se reproduz em uma base sazonal, determinada pela duração do dia, de forma que as fêmeas, as ovelhas, tornam-se férteis no início do outono e permanecem férteis até o inverno. Já os machos, os carneiros, são férteis o ano todo e a, maioria dos criadores de ovelhas domésticas, faz uso do sistema poligínico de reprodução, utilizando um carneiro para cerca de 30 ovelhas. As populações selvagens apresentam períodos de reprodução sincronizados com a latitude. A gestação dura em torno de 150 dias. Com o nascimento, os filhotes, denominados cordeiros, já são capazes de se levantar e mamar em poucos minutos. Os cordeiros atingem a maturidade sexual no prazo de um ano, tornando-se, então, adultos machos (carneiros) e fêmeas (ovelhas).
Fonte: 
https://www.portaldosanimais.com.br/curiosidades/diferenca-entre-bode-e-carneiro/ 

quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

Que passos devem ser seguidos por quem quer iniciar uma criação de caprinos e ovinos de corte?


É preciso definir, com muita clareza:

  • Os objetivos.
  • As metas.
  • As estratégias a serem seguidas.
  • Buscar informações e conhecimentos.
Esses pontos facilitarão a tomada de decisões mais adequadas à realidade da unidade de produção. É importante lembrar que muitas informações podem ser obtidas com outros produtores que já se encontram atuando no agronegócio.

Sugere-se procurar também os produtores que não obtiveram êxito na atividade, a fim de serem levantadas as possíveis causas de insucesso. Aprendendo com os erros e acertos dos outros produtores, pode-se ficar mais preparado para enfrentar desafios no novo negócio.

Deve-se organizar a escrituração contábil da propriedade, a escrituração zootécnica do rebanho e o acompanhamento da exploração. Em seguida, deve-se definir o sistema de produção, incluindo a duração do intervalo entre partos (IEP) a ser perseguido e programar e implementar estações de monta e de partos ao longo do ano, tomando também os cuidados que garantam a sobrevivência e o desenvolvimento ponderal das crias.

Deve-se também fazer um levantamento das necessidades de alimentos e das condições da unidade produtiva em produzi-los, de forma a assegurar a autonomia na oferta de alimentos aos rebanhos durante todo o ano.

Devem-se programar as questões relativas às finanças (fontes e disponibilidade de recursos), à demanda e qualificação da mão-de-obra, à aquisição de insumos e à comercialização.

Lembrando que não podemos garantir a lucratividade da produção, pois todo o processo produtivo deve ser organizado de acordo com as demandas do mercado, atentando-se para fatores como qualidade dos produtos e as dimensões atuais e potenciais do mercado.


Fonte: http://mais500p500r.sct.embrapa.br/view/publicacao.php?publicacaoid=90000037

domingo, 11 de maio de 2014

Quais as modalidades de arrendamento de pasto na pecuária de corte?


No Brasil Central, as formas de arrendamento mais comuns são as que estabelecem o pagamento por cabeça/mês, que pode ser em dinheiro ou em porcentagem da arroba de boi (10 a 15%). A quantidade de cabeças, as despesas de custeio do gado e o prazo do arrendamento são estabelecidos em contrato. 

Fonte:
http://www.sct.embrapa.br/500p500r/Topico.asp?CodigoProduto=00013710&CodigoCapitulo=21

Por que a carne bovina é mais cara do que as carnes de suínos e aves?




O ciclo de produção dos bovinos de corte é bastante longo. As vacas produzem somente uma cria por ano, que leva cerca de cinco anos da concepção até o abate. A criação de bovinos exige extensas áreas de pastagens e altos investimentos, e a produtividade é baixa, o que contribui para elevar o custo de produção da carne. Em contrapartida, os suínos e as aves são espécies que se reproduzem com maior freqüência e com curto ciclo de produção. A criação dessas espécies, principalmente a de aves, é bastante tecnificada e alcança alta produtividade, o que reduz o custo de produção. Observe-se, também, que a carne bovina, além de preferida pelos consumidores, tem maior valor energético do que a carne de frango.

Fonte:
http://www.sct.embrapa.br/500p500r/Topico.asp?CodigoProduto=00013710&CodigoCapitulo=21